Lançamento da FRENTE CONTRA A INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO

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Diante do decreto federal da intervenção militar no estado do Rio de Janeiro, a Frente Nacional em Defesa das Instituições Públicas de Ensino Superior-RJ, em parceria com o Sepe-RJ, Federação de Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (FAFERJ) e outras entidades convidam todos a participar do lançamento da FRENTE CONTRA A INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO. Atividade com presença de entidades sindicais, movimentos sociais e pesquisadores da área.

Data: 13/3/2018  – terça-feira

Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – auditório 11.

Horário: 17h30m

 

MANIFESTO CONTRA A INTERVENÇÃO MILITAR

Nós, representantes de entidades do movimento
social, sindical e estudantil, reunidos na UERJ, nos
dirigimos a todos os trabalhadores da cidade do
Rio de Janeiro para expressar nossa indignação
com a intervenção militar e convocamos a todos a
resistir a mais este ataque brutal aos nossos direitos,
mal disfarçado de medida populista.
Nenhum motivo justifica que se retome a ação
direta de uma força de repressão cuja história
recente nos envergonha a todos, para conter uma
suposta atuação do crime “organizado”. As forças
armadas cumpriram no período ditatorial um
papel nefasto, no qual o Rio de Janeiro sofreu
duramente, com a liberdade para reprimir, matar e
ocultar cadáveres. Práticas contra as quais ainda
lutamos cotidianamente em relação as forças
policiais cariocas. A recente experiência do envio
de tropas ao Haiti e a implantação das UPPs
apontam para o aprimoramento de políticas de
opressão ao povo negro e que, ao substituir a PM
pelo exército, dá plenos poderes para matar o
povo negro tratando-o como inimigo.
Ao longo das duas últimas décadas, com o
argumento de proteger turistas e garantir a ordem
na realização de megaeventos como o Sul
Americano, a Copa e as Olimpíadas, o expediente
de colocar o exército nas ruas deixou como saldo
o terror e sangue de trabalhadores no chão desta
cidade, além de gastos milionários, que poderiam
ter sido empregados em saúde, educação
integral, lazer, equipamentos culturais. A
ocupação da favela da Maré consumiu 600
milhões de reais em um ano, com a proporção de
um soldado para cada 55 moradores! Recursos
materiais e humanos jamais sonhados pelos
cidadãos que são obrigados a viver de maneira
insalubre nos becos e vielas, no que tange a
garantia de seus direitos constitucionais sejam eles
individuais ou sociais.
O chamado crime organizado não retrocedeu, ao
contrário, tem se tornado cada vez mais
sofisticado e mantém relações estáveis e intensas
com membros do executivo, legislativo e até do
judiciário conforme noticia a “insuspeita” grande
imprensa. Igualmente, o fato de traficantes do
varejo terem acesso a armamentos exclusivos das
forças militares nos demonstra que o problema
também ronda a caserna e as altas patentes. Mas
para estes o tratamento é muito diferente.
Não nos iludimos com o argumento de repressão
ao crime, portanto. Até porque os índices de
homicídios diminuíram no RJ nos últimos dois anos.
Ocupamos o 23º lugar nas estatísticas! Igualmente
a apreensão de armamentos caiu. O governo e
seus aliados, donos de helicópteros e aviões
recheados do atacado, podem e devem uma
explicação aos trabalhadores cariocas!
Igualmente sabemos que a Intervenção não
impedirá a votação da reforma, ao contrário! Sua
utilização associada a GLO tem como objetivo
articular os mecanismos de repressão para tentar
impedir que lutemos, sufocando as vozes dos que
mais precisam dos mecanismos de proteção
social: os assalariados de baixa renda. É uma ação
covarde, que não respeita aqueles que produzem
a riqueza abocanhada pelo banqueiros e grandes
empresários.
O Rio será palco da tentativa de destruir o pouco
que restou da estrutura de proteção social. Os
serviços de saúde e educação estão em colapso,
servidores públicos sem pagamentos,
aposentadorias sendo cortadas. Além disso, a crise
construída pela banca associada à especulação
imobiliária ampliou o número de desempregados e
moradores de rua, o caldeirão social está em
ebulição. O objetivo também será impedir que os
cariocas lutem contra a destruição dos direitos que
lhes restam! Pretendem promover uma grande
liquidação de nosso patrimônio, como foi a venda
da CEDAE e demonstram os ataques às
universidades estaduais: a UERJ, UENF, UEZO, instituir
o fundo de previdência privado, demitir servidores
e fazer a ferro e fogo a reforma ultra liberal.
Mas os cariocas são de luta! Somos a cidade da
Revolta da Chibata, da Revolta da Vacina, das
lutas dos Camelôs, das Escolas Ocupadas. Somos o
estado da Luta histórica dos Professores em defesa
da Educação Pública! Fomos os protagonistas das
greves unificadas, dos bombeiros, dos garis, das
Mulheres que fizeram o FORA CUNHA, do
protagonismo feminino nas grandes lutas recentes!
Somos a cidade do Movimento Negro forte e
combativo, dos movimentos das Favelas, das mães
que lutam contra o genocídio da juventude negra!
Os trabalhadores do Rio de Janeiro resistirão!
PARA TANTO, NÓS, AQUI REUNIDOS, DECLARAMOS
QUE ESTÁ LANÇADA A FRENTE DE LUTA CONTRA A
INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO DE JANEIRO!
Nenhum direito à menos! #Fora Temer; #Fora
Pezão! # Fora Crivella!!! Venceremos!!!!

 

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