Ponto eletrônico é parte de medidas que enfraquecem a educação pública

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Vídeo produzido pela ADCEFET-RJ traz uma série de depoimentos sobre por que o controle eletrônico de ponto não é bom para a qualidade educação pública

 

Não são ações isoladas, são ações complementares que esvaziam e enfraquecem os serviços públicos em geral e, em particular, a educação pública. É assim que o professor Afonso Pereira, do Instituto Federal Fluminense (IFRJ) e coordenador de comunicação do Sintifrj, classifica a tentativa articulada entre órgãos de controle e do governo de impor o ponto eletrônico nas escolas e institutos federais de ensino.

“É o momento de desmonte do Estado, é o momento de enfraquecimento do serviço público, de esvaziamento da importância do serviço público no Brasil, e esses movimentos se complementam”, afirma o docente, neste vídeo produzido pela ADCEFET-RJ, que reúne trechos de seis depoimentos de dirigentes sindicais, professores e advogado para a campanha de esclarecimento, denúncia e mobilização contra o controle eletrônico de ponto. Dirigente do Sinasefe e professor do IFRJ, Michel Torres também destaca a importância desta luta.  “O Sinasefe hoje entende que é uma defesa nacional a não implementação do ponto eletrônico para os administrativos e especialmente para os docentes”, assinala.

Dirigentes do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes-SN) igualmente ressaltam a prioridade que deve ser dada a essa questão, fundamental para o trabalho docente nas instituições de ensino. “A carreira dos docentes EBTTs envolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, e atividades não só em sala de aula, mas também externas às instituições de ensino”, disse a professora Mariana Trotta, professora da Faculdade de Direito da UFRJ e dirigente da Regional Rio do Andes-SN, ao explicar por que a atividade docente não cabe no controle eletrônico de ponto.

Professor da UFRJ e ex-diretor regional do Andes-SN, o professor Claudio Ribeiro afirma que esse modelo de controle que se tenta impor tenta também limitar a forma de ensinar. “É diferente do registro, que vai registrar inclusive a pluralidade das formas pedagógicas de ensino, das diferentes maneiras de se dar o conteúdo”, explica.

O advogado Júlio Canello, da equipe que assessora a ADCEFET-RJ, observa que as recomendações dos órgãos de controle não devem ser tratadas como decisões judiciais. “Recomendação do Ministério Público não é a mesma coisa que decisão judicial, ou seja, uma vez que o Cefet/RJ tem autonomia administrativa, e que o magistério superior pode ser equiparado à EBTT, a administração tem plenas condições de regulamentar o assunto dispensando o controle de ponto dos seus professores”, disse.

Mobilização

A presidente da ADCEFET-RJ, professora Marisa Brandão, faz um chamado à categoria para que participe das atividades em torno do assunto para sensibilizar a administração do Cefet/RJ e o Conselho Diretor (CODIR) a não adotar o ponto eletrônico, já que a atividade docente pode ser registrada por outros meios. “Só a mobilização dos professores vai conseguir barrar o ponto eletrônico”, afirma.

O ponto eletrônico para os docentes é pauta única da reunião do Conselho Diretor (CODIR) convocada para 28 de setembro, sexta-feira, a partir das 11 horas. A ADCEFET-RJ está convidando todas as  professoras e professores para acompanhar a discussão no CODIR. Antes, às 8h30min, haverá uma reunião de mobilização no Bosque do Cefet/RJ Maracanã.

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