Natureza do trabalho docente não permite ponto eletrônico, afirma dirigente do Sinasefe

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Em vídeo da ADCEFET-RJ, professor Michel Torres, do IFRJ, diz que essa luta é de todos e alerta: o controle eletrônico é porta de entrada para o adoecimento

A luta contra a implantação do ponto eletrônico é de todos os trabalhadores dos institutos federais de educação. É o que defende o professor Michelangelo Torres, que integra a direção do Sinasefe e a coordenação-geral do sindicato dos servidores do Instituto Federal do Rio de Janeiro (Sintifrj).

“A luta contra a implantação do ponto eletrônico é uma luta em defesa dos trabalhadores da educação”, diz neste vídeo produzido pela ADCEFET-RJ, segundo de uma série em defesa da educação e contrários à implantação do ponto eletrônico.

O professor e dirigente sindical faz ainda outro alerta: a imposição do controle de ponto eletrônico nas instituições de ensino federais não é apenas inadequada, é também um modo de fomentar o assédio moral e o adoecimento de professores e técnicos-administrativos. “O controle do ponto eletrônico é a porta de entrada para o adoecimento no local de trabalho, especialmente no que diz respeito ao assédio moral”, diz.

O controle de ponto eletrônico em uma instituição com as características do trabalho na educação, observa, facilita situações de assédio por parte de superiores hierárquicos. “Pressões e perseguições fazem com que o trabalhador adoeça e se entristeça no local de trabalho”, observa.

Autonomia

Segundo Michel, está havendo uma tentativa de desrespeitar a autonomia e a organização interna dos institutos federais por parte de órgãos de controle. As administrações, afirma, têm autonomia para regulamentar como será o registro de frequência.

“Entendemos que a carreira EBTT que vigora na rede federal tem equiparação com o Magistério Superior. Existem outras formas de controle e fiscalização da atividade docente que não passam pelo controle de ponto. Temos uma jornada de dedicação exclusiva de 40 horas que envolve ensino, pesquisa e extensão. A natureza do trabalho docente é de uma outra natureza, [diferente] de um trabalhador dentro de uma empresa ou fábrica”, conclui.

Mobilização

A ADCEFET-RJ está intensificando a campanha contrária à imposição do controle de ponto eletrônico no Cefet/RJ e convidando todos os docentes a reforçar essa luta, que entra em período que pode ser decisivo.
Em breve, a comissão formada na reunião do Conselho Diretor (Codir) deverá apresentar o seu parecer com a proposta sobre o controle de frequência docente no Cefet/RJ. A seção sindical destaca que a participação precisa crescer agora, com iniciativas no âmbito dos colegiados e departamentos e na busca de diálogo com os conselheiros.

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