Intervenção no CEFET: o autoritarismo continua!

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Interventor não cumpre o que falou no CODIR

Na última reunião do Conselho Diretor (Codir) do CEFET-RJ, o diretor interventor disse que não haveria mais troca de diretores de campi. Eis que a direção interventora repete o mesmo procedimento autoritário operado no campus de Nova Iguaçu e exonera mais três diretores de campi: Nova Friburgo, Angra dos Reis e Maria da Graça.

Confira abaixo a nota de repúdio enviada por representantes docentes e estudantis do Campus de Nova Friburgo:

A comunidade do CEFET/RJ, campus Nova Friburgo, em carta aberta, relata que, com muita perplexidade e indignação, nós, membros da comunidade do CEFET/RJ, campus Nova Friburgo, recebemos a notícia de que nossa Diretora, professora Bianca Tempone, foi exonerada do cargo, assim como os Diretores dos Campi Angra dos Reis (professor Thiago Siman) e Maria da Graça (professor Alberto Boscarino), na mesma data, por meio do e-mail encaminhado pela Direção Geral Pró Tempore, subscrito pela professora Silvia Cristina Rufino, a quem incumbe o exercício interino do cargo executivo máximo de nossa instituição. A Direção alega, como pretexto para a anunciada dispensa, “(…) o cumprimento integral do seu mandato, anteriormente estabelecido para o período 2016 a 2020 (…)”, reintroduzindo na cena política do CEFET/RJ a consternação provocada pelo desligamento da então Diretora do campus Nova Iguaçu, professora Luane Fragoso, oportunidade em que os protestos contra tal arbitrariedade repercutiram por todos os meios de comunicação, dando bem a medida do erro cometido, sobretudo, pela incapacidade do argumento  usado na tentativa de justificar o injustificável.

O ciclo de gestão de quem é legitimado no cargo, por meio de um processo democrático de ampla consulta às pessoas a quem as funções diretivas devem alcançar, precedida de debate e efetiva participação de todos os interessados, incluindo saudável disputa de 2 candidaturas, encerra-se quando se sucede um novo processo democrático, para que uma nova disputa acolha as expectativas dos votantes, dando providência à experiência cidadã que legitima o exercício da autoridade escolar. Uma vez deflagrada uma prática saudável de eleição para escolha do representante de uma coletividade, o que se esperar senão sua continuidade? Caminhar em direção contrária ao que foi acordado pelo conjunto de professores, alunos e técnicos administrativos é atentar contra o mínimo de preceito do que se pode compreender como pacto civilizatório. É lamentável que alguém, em pleno século XXI, não consiga enxergar isso. Alçando a questão para os patamares normativos, não resta dúvida que nossa ordem jurídica assegura autonomia às instituições de ensino, pelo que se depreende da leitura do texto encartado em nossa Constituição Federal. Ainda que careça de maior clareza regulatória no procedimento consultivo aqui evidenciado, a regra estruturante está dada, e dela não se deve fazer pouco caso, ao arrepio das boas práticas de governança inferidas dentro dos parâmetros da administração pública, notadamente quanto à qualidade e à eficiência dos serviços a serem prestados à sociedade. O CEFET não pode se apequenar diante da missão educacional a qual lhe foi designada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pelo compromisso de promover a cultura cidadã na formação de seus alunos. Sai o Diretor eleito e entra alguém indicado por um outro Diretor (diga-se de passagem, de mandato provisório), e vira-se de costas para o legado de aprendizado propiciado pelo comprometimento do voto em torno de um programa de gestão.
Que vergonha!

Por tudo que foi exposto, conclamamos pelo fim da intervenção, pelo fim do arbítrio, pela imediata homologação da vitória do professor Maurício Motta na DIREG, pela recondução da professora Bianca Tempone à frente do CEFET/RJ, campus Nova Friburgo, até que novas eleições decidam por quem, de fato e de direito, deve exercer a liderança de nossa comunidade.

Confira aqui todas as assinaturas da carta

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