10 anos das Jornadas de junho, a luta continua!

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Neste mês, celebramos dez anos em que vivemos uma insurreição popular no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, onde os protestos combativos se estenderam até o final de 2013 com a greve dos profissionais de educação entre outras lutas.

Confira o pertinente texto postado por Maurício Campos, da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, em seu perfil no instagram:


Existe uma versão “light” da tese “os protestos de 2013 foram de direita” que diz “os protestos de 2013 foram da classe média”. É “light” porque só é ligeiramente menos escrota e mentirosa, e busca apagar a decisiva participação popular nas lutas daquele ano e de boa parte de 2014. Não tenho mais paciência para escrever textão refutando essas coisas, vou só lembrar a realidade dos fatos mesmo.

Há exatamente 10 anos, ainda em junho, duas grandes e marcantes manifestações das favelas foram realizadas, no mesmo dia 25. Na Maré, a população tomou as ruas denunciando a chacina cometida pela PM que deixou mais de uma dezena de mortos na véspera, e contra a ocupação militar da favela pela mesma PM. Num feito inédito, conseguiram fazer recuar o caveirão e evitaram outra chacina que já havia sido prometida pelos policiais.

À noite, moradores da Rocinha e do Vidigal tomaram a Av. Niemeyer e foram até a casa do governador Cabral no Leblon, exigindo investimentos públicos nas comunidades, principalmente em saúde e educação.

A participação das favelas foi o diferencial que fez de 2013 no Rio um caso particular, mais duradouro e consequente. Pouco depois, começariam as lutas por justiça por Amarildo e pela liberdade de Rafael Braga.

Mas para os “historiadores” oficiais oportunistas, tudo isso tem que ser apagado, a experiência de 2013 tem que ser jogada no lixo, porque o que eles temem mesmo é um movimento de base e radical dos setores mais oprimidos do povo.

QueVenhamOutrosJunhos