A ADCEFET-RJ vem a público manifestar seu repúdio ao teor do informe que o Departamento de Ensino Médio e Técnico (DEMET) e Diretoria de Ensino (DIREN) enviaram aos estudantes e responsáveis referente, entre outros assuntos, à paralisação dos dias 28 e 29 de outubro. O comunicado deixa bem claro, pelo discurso empregado, o posicionamento dos enunciadores acerca da decisão tomada não pelo sindicato, mas por docentes que entendem que a organização sindical é representativa e constitui um espaço político importante de lutas, disputas e conquistas. Ao adotar a postura de que a paralisação é uma “ação individual dos docentes”, desconsidera deliberadamente o caráter coletivo, legítimo e democrático das decisões tomadas em assembleia da categoria, configurando uma prática de assédio moral e antissindical por parte da gestão.
No dia 23 de outubro de 2025, foi realizada assembleia pública, na qual o tema foi discutido e a paralisação foi aprovada. Entendemos ter sido esse o espaço para que as ideias fossem confrontadas. Cabe ressaltar que não tivemos posicionamentos contrários durante a votação. É preocupante que uma instituição pública de ensino tente, de forma mais ou menos velada, induzir responsáveis e estudantes a conclusões equivocadas acerca de um processo legítimo, democrático e necessário diante de ameaças a direitos conquistados.
A paralisação deliberada pela assembleia dos(as) docentes integra a jornada nacional de lutas contra a Reforma Administrativa, proposta que, caso aprovada, ameaça destruir o serviço público brasileiro, precarizar as relações de trabalho e comprometer a oferta de educação pública, gratuita e de qualidade. Defender o serviço público é defender o CEFET/RJ e todas as instituições públicas que garantem direitos à população.
Ao insinuar que a instituição “não tem controle sobre as eventuais ausências”, o informe do DEMET busca individualizar uma decisão coletiva, fragilizando a unidade da categoria e disseminando a ideia de que a luta sindical é uma questão pessoal — quando, na verdade, é uma expressão legítima de resistência coletiva e de defesa da educação pública. Essa postura é incompatível com o papel pedagógico e social que uma instituição pública de ensino deve desempenhar.
Cabe lembrar que, recentemente, passamos por uma greve que contou com a adesão de grande parte da comunidade docente. Essa mobilização gerou conquistas, inclusive salariais, que estão sendo gozadas por toda a categoria. Formamo-nos no exercício político diário e é desonesto atribuir ao indivíduo a responsabilidade de uma decisão coletiva. Falta entendimento da ideia de categoria, de base de trabalhadores, de associação sindical e de comunidade docente.
Seria curioso se os docentes que não se mobilizaram no período da greve abrissem mão de seus reajustes em benefício da luta sindical. Isso não ocorrerá, obviamente. As conquistas são coletivas, mas a luta também deveria ser.
Reforçamos nossa indignação com o tom do texto do informe e seguiremos trabalhando para que nossa categoria, as demais e, sobretudo, nossos estudantes – futuros trabalhadores – tenham consciência de que direitos nunca foram benesses, sempre foram fruto de um longo trabalho de consciência e de luta.
A ADCEFET-RJ reafirma a importância histórica dos sindicatos na defesa dos direitos trabalhistas, da democracia e da educação pública, e repudia qualquer tentativa de constrangimento ou intimidação dos(as) docentes que participam de mobilizações legitimamente aprovadas por sua categoria.
Conclamamos todos(as) os(as) docentes, técnicos(as) e estudantes do CEFET/RJ a somarem-se às atividades da paralisação e a se engajarem na luta contra a Reforma Administrativa. Só a unidade e a mobilização coletiva poderão barrar os retrocessos que ameaçam o futuro do serviço público e da educação no país.
Contra a Reforma Administrativa!
Em defesa do serviço público, da educação e da organização coletiva!
ADCEFET/RJ
Saudações Sindicais
Professor Rômulo de Souza Castro
ADCEFET-RJ – Seção Sindical do ANDES – Sindicato Nacional

